sábado, 21 de junho de 2014

Argentina sofre, Alemanha derrapa e França surpreende


Resenha da Copa do Mundo [4 - sábado 21 de junho]



Divulgação/AFA


Injusta vitória argentina contra o Irã por 1 a 0. O futebol é impressionante. Todo mundo esperava que a Argentina passeasse frente aos persas, mas o que se viu foi os iranianos conseguirem bloquear o oponente com uma retranca eficiente e ainda terem as três melhores chances de gol, um pênalti a favor não marcado pelo juiz e, como imerecido castigo ("a bola pune"), o Irã acabou tomando um gol de Messi no finzinho do jogo. A Argentina é um time desorganizado e sem criatividade, apesar de contar com jogadores como Di María, Agüero e Higuaín. Se não fosse Messi ter feito dois gols decisivos contra Bósnia e Irã, os hermanos poderiam hoje estar amargando dois míseros empates.

Mas a vitória da Argentina acabou sendo dramática em um jogo sensacional, o que ninguém imaginava.




O empate da Alemanha com Gana em 2 a 2 foi outro belo jogo, que todo mundo esperava que fosse uma barbada, e não foi. A Alemanha cantada em prosa e verso quase perde de Gana, o que colocaria o grupo G (que ainda tem EUA e Portugal) num surpreendente equilíbrio.

A França começou desacreditada, mas depois dos 5 a 2 na Suíça, com um futebol agressivo de contra-ataques fulminantes, se credencia a pelo menos ir mais longe do que se esperava. É um time muito rápido, tecnicamente muito bom e disciplinado taticamente. Se o Brasil chegar às semifinais tendo sido primeiro do grupo A na fase de grupos e a França também chegar à semi como primeira do E, Brasil x França farão uma semifinal. Isso se a França passar pela Alemanha nas quartas (e se a Alemanha chegar às quartas...). O Brasil pega nas oitavas Chile ou Holanda e, pelo andar da carruagem, Uruguai ou Itália nas quartas.

Talvez seja cedo pra dizer isso, mas a última vez que o Brasil ganhou da França em Copas do Mundo foi em 1958 (5 a 2). Depois, foram três jogos decisivos e três vitórias francesas: 1986 (quartas-de-final, nos pênaltis), 1998 (final, 3 a 0 em Paris) e 2006 (quartas-de-final).

O Brasil, como a Argentina, é um time até aqui sem criatividade e nervoso. A responsa de jogar em casa está visivelmente pesando para o time, que, como já falei, não tem um líder em campo. A sorte é que o jogo decisivo de segunda-feira é contra o fraquíssimo Camarões.

A Costa Rica, zebra das zebras, no grupo D já garantiu uma vaga e deixou para Itália e Uruguai decidirem a outra, numa chave em que a Inglaterra caiu fora no segundo jogo. O Chile, no B, despachou a campeã Espanha d’El Rey. Quem poderia imaginar?

Uma nota: ao fazer seu 15° gol em copas do mundo, o alemão (de origem polonesa) Miroslav Klose iguala Ronaldo. Ao contrário do que se poderia esperar, muitos brasileiros não apenas aplaudem o feito do alemão como torcem para Klose superar Ronaldo. Estou entre esses brasileiros.

2 comentários:

Jacaré do Rio Claro disse...

Fiquei muito revoltada com o gol do Messi aos 46 minutos, foi eu falar que a Argentina parece o Curíntia, o fela da mãe fez o gol. Os Iranianos não mereciam.

Paulo M disse...

"A Argentina parece o Corinthians." Nunca tinha pensado nisso rsrs...

Foi injusta mesmo a vitória sobre o Irã. O time do Oriente surpreendeu com contra-ataques quase perfeitos, não tivesse errado na hora da conclusão. O mesmo se diz de Gana, que jogou muito contra a Alemanha. Ao contrário dos hermanos, os alemães jogaram bem, mas Gana poderia ter matado a peleja tivesse Jordan Ayew tocado pra um companheiro livre na área em vez de chutar pro gol quase sem ângulo. Era 3 a 1 antes de entrarem Klose e Schweinsteiger. Jogaço.

Acho que a partir das oitavas vamos ter disputas francas e equilibradas. Não vejo favoritismo. Em termos de grupo, os alemães levam vantagem sobre os demais, mas os jogos vão sendo decididos por destaques individuais. Quem não tem Neymar, Messi, Campbell, Klose, Suárez, Pirlo ou Robben (vamos ver Cristiano Ronaldo hoje) vai sair em séria desvantagem no mata-mata.

Vi agora essa crônica do Caetano Veloso no Metrô carioca.

É nóis...