domingo, 12 de maio de 2013

Atores medíocres (1) – Tom Cruise e Julia Roberts



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Bonitinho mas ordinário (com todo respeito)
Na série Grandes Atores, que mantenho no blog (embora com assiduidade menor do que gostaria), já falei de Marlon Brando, Anthony Hopkins, Gene Hackman, Rod Steiger, Paulo José e Vincent D'Onofrio (os links das postagens estão abaixo).
Mas outro dia fiquei com vontade também de falar de atores ou atrizes medíocres, ou simplesmente ruins, embora dotados da aura de queridinhos do público e, principalmente, da indústria do cinema hollywoodiano. Esse é o típico caso de Tom Cruise.

Cite, prezado internauta, um filme em que esse ator nascido na cidade de Syracuse, no estado de Nova York, tenha feito você se emocionar, ou se admirar de como se pode ir longe na arte dramática! Tom Cruise é a antítese disso.

Até hoje, não vi sequer um filme com o ator que possa ser citado, creio, entre 300 filmes bons. Pensando bem, talvez, nem na lista dos 500 melhores filmes que se possa ver, uma película com Tom Cruise apareça. Ou mil, sei lá, a matemática engana. Você deve ter visto alguns desses: A Firma, Missão Impossível, Entrevista com o Vampiro, Colateral... Ou Magnólia, este considerado até cult por alguns críticos. Críticos no mínimo pouco exigentes. Isso para não falar no intolerável Nascido em 4 de Julho, entre outros. O mote para este post foi que dias atrás estava lá, sendo exibido na telinha, A Firma. Um thriller, mas que seria bem melhor, não digo com Al Pacino, mas com um Bruce Willis, por exemplo, que é um ótimo ator, mas que infelizmente atua em muito poucos bons filmes.

Tom Cruise é daqueles atores cujos personagens não existem. Ele interpreta sempre o mesmo boneco insípido e sem alma.

Um amigo me disse tempos atrás que não gosta de Al Pacino. Que não vê nada demais no ator que interpretou Michael Corleone em O Poderoso Chefão de Coppola, e atuou em Serpico, Scarface, Um Dia de Cão, Perfume de Mulher, O Informante (o grande filme de Michael Mann, em que Pacino contracena com Russell Crowe, e não um filme com título homônimo no Brasil que é um lixo), entre outros, alguns bons, outros não. Com Tom Cruise, não; não há um filme bão, daqueles que quando termina você fica um pouco em silêncio, ou pensa sobre. Discordo totalmente do meu amigo. Fico imaginando Tom Cruise interpretando Michael Corleone. Nesse caso, esse importante personagem da cinematografia de Coppola sequer existiria. Pois nenhum personagem de Cruise tem alma.

Enfim, Tom Cruise é um ator bonitinho, mas ordinário.

PS: Alguém poderia objetar: mas nem De Olhos bem Fechados (do gênio Stanley Kubrick) poderia ser citado como um filme no mínimo bom na carreira de Cruise? Ao que eu responderia:

Não. Por dois motivos: 1) não posso dizer que é bom um filme que não vi, e não vi justamente porque Tom Cruise é um dos protagonistas; 2) um filme não pode ser bom se esse ator é um dos protagonistas, será irremediavelmente um filme manco. Isso mostra que até os gênios erram. Kubrick errou.


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Julia Roberts, em O Sorriso de Monalisa
(Da Vinci treme no túmulo)
A versão feminina de Tom Cruise é Julia Roberts. Uma Linda Mulher, O Dossiê Pelicano, Erin Brockovich - Uma Mulher de Talento, filmes perfeitamente adequados à Sessão da Tarde, aquele tipo de filme a que você assiste mas que não acrescenta nada. Nem sequer emociona, pois há filmes que não acrescentam muita coisa, mas emocionam.

Julia Roberts é a atriz bonita que – como tantas outras criaturas de Hollywood que ascenderam à glória por inumeráveis motivos, menos pelo talento na arte dramática – interpretou, interpreta e interpretará a personagem sem relevância (como Tom Cruise), insípida e sem carisma, que, no fundo, é sempre ela mesma, com sua boca um pouco maior do que seria recomendável a um rosto bonitinho como o dela. Julia Roberts é uma atriz bonitinha, mas ordinária. No sentido da acepção 3 do Houaiss (“sem brilho, sem destaque; medíocre”), e não com nenhuma conotação moral, por favor.

*Este post também poderia se intitular Atores insípidos


 Leia também, da série Grandes Atores:

Vincent D'Onofrio: um grande ator nem sempre é um superstar

Gandes atores (1): Anthony Hopkins, Gene Hackman, Marlon Brando, Rod Steiger

Gandes atores (2): Henry Fonda

Gandes atores (3): Paulo José: Macunaíma, Quincas Berro D'Água e O Palhaço



7 comentários:

Anônimo disse...

Oi Edu. Post duplo muito bem escrito, como tudo o que vc escreve. Apenas um comentário sobre as personagens escolhidas pelos atores citados: vale checar a história da real Erin Brockovich e analisar se é uma personagem com história revelante a ponto de ser filmada ou não. Concordo em muitos pontos abordados por vc. Mas este em especial saltou aos meus olhos. Abrax! Emerson

Eduardo Maretti disse...

Valeu, Emerson. Até acredito que a história de Erin Brockovich vale ser filmada, mas que seja com outra que não Julia Roberts, faz favor! - rsrs

sell disse...

sell
Não é só estes artistas que me fazem pensar. Por exemplo, eu tenho uma verdadeira aversão por Jennifer Aniston, pois parece sempre interpretar o mesmo tipo de personagem. Gosto de Jennifer Lopez, mas a maioria das criticas que encontro é que ela é um desastre, que como atriz ela é uma excelente cantora. Cara, eu não devo entender nada de interpretação então! Mas a minha grande incógnita é esta e gostaria de obter sua opinião.Angelina Jolie é uma grande atriz ou apenas mais uma bonitinha, mas ordinária, que vive de fama e não de talento? Pra dizer a verdade, não acho mesmo Brad Pitt um bom ator! Mas como disse, acho que não entendo nada de atuação. Um abraço!

Eduardo Maretti disse...

Bem, Sell, não gosto de Jennifer Lopez, nem de Angelina Jolie e muito menos de Jennifer Aniston... Pegando a lista de filmes delas, o que de relevante, de grandes filmes, podemos ver?

De resto, não é muito fácil falar, já que ninguém assiste a tantos filmes. Eu não sou dos que veem tudo que cai na mão. Sou meio seletivo. Às vezes paro de ver um filme no meio, e até mesmo no início de um filme que me irrita...

Brad Pitt, na minha modesta opinião, não é um ator que possa figurar entre os grandes. Mas também não é dos piores. No filme Babel, por exemplo, ele está muito bem.

Abraços

Alexandre disse...

Desses dois bonitinhos mas ordinários, prefiro mesmo a ordinária da Júlia Roberts...mas ela é pouco ordinária e muito bonitinha. Prefiro Marilyn Monroe, entre todas as bonitinhas no cinema norte americano, mas que além de muito ordinária, é um símbolo sexual incontestável. Uma espécie de manifesto sensual, quando a atuação é apenas um pretexto para manifestação da própria sensualidade no cinema e no comportamento social, até hoje influentes. Uma revolução, incomparável. Mas não é uma grande atriz.
Tom Cruise, sinceramente, não lembro de nenhum filme inteiro com esse ator, não tive tempo pra isso, com todo respeito.
Precisaria de uma pesquisa para o rol de atores medíocres.

Eduardo Maretti disse...

Caro Alexandre, a propósito de Marilyn Monroe, dá uma lida depois nesse post:

http://fatosetc.blogspot.com.br/2012/03/uma-bela-crianca.html

Infinitamente mais importante do que o post é o texto do qual ele fala, um do Truman Capote intitulado "Uma bela criança", que é uma crônica de Capote sobre uma tarde (ou um dia) que passou com Marilyn (eram amigos). Magnífico texto. Está no livro Ensaios, da editora LeYa.

Qualquer hora dessas eu te passo esse texto, nem que seja por correio, hehe.

Abs!

sell disse...

sell
Obrigado por responder,Edu. Concordo com o comentário sobre Marilyn, mas ela tinha muito carisma, né? Isso compensava a falta de talento dela. Realmente os filmes das atrizes citadas por mim são irrelevantes, mas tenho pelo menos dois para a defesa de Lopez: A Cela e Cidade do silêncio e um para jolie: Gia. O resto...bem, é resto.Mas sei lá, talvez elas estivessem com a 'sindrome de John Travolta'Beijos.