sexta-feira, 29 de março de 2013

São Paulo em imagens – Di Cavalcanti




A imagem é de um lindo painel de pastilhas de ninguém menos que Di Cavalcanti. Está na fachada do Edifício Triângulo, no cruzamento das ruas José Bonifácio e Quintino Bocaiúva. O prédio foi projetado por Oscar Niemeyer e inaugurado em 1955.

O detalhe lamentável é que, além de deteriorado, o painel (você pode ver a foto ampliada clicando nela)  está remendado de maneira tosca com ladrilhos sujos e que não têm nada a ver com o desenho. Se fosse uma tela, é como se tivessem colado um pedaço para remendar ou pintado com  uma tinta qualquer para corrigir algum dano.

É um incrível exemplo de duas coisas: 1) a cidade de São Paulo tem verdadeiros tesouros escondidos em sua imensidão; 2) muitos desses tesouros são ignorados não apenas pelos cidadãos que deviam zelar pelo patrimônio e a história como, pior, pelas chamadas autoridades competentes.

Imagine um painel de, sei lá, digamos, um Cézanne, em Paris, estragado pelo tempo e esculhambado pela ignorância imbecil de cidadãos que nem sabem o que estão vendo. É impensável. No Rio de Janeiro, fizeram uma estátua de Carlos Drummond de Andrade, que está em Copacabana e, vira e mexe, é depredada por criaturas que, suponho, são gorilas fugidos do zoológico, pois custa crer que cidadãos mesmo sejam capazes de fazer coisas do tipo. Pobre Brasil.

Veja também outras fotos interessantes de São Paulo clicando neste link: São Paulo em imagens

Um comentário:

Alexandre disse...

O interesse do brasileiro, ultimamente, parece que tá mais pra carros, celulares, tablets, crimes, se eu te pego, mcdonalds e filmes estúpidos americanos. E agora a Copa do Mundo! Um povo alienado é um povo feliz. Não precisa de Di Cavalcanti. A arte é para os sábios e amigos, não para estúpidos.

Podia-se pelo menos mandar uma carta à secretaria municipal da cultura ou a qualquer outro órgão competente, divulgar mais esse fato, para não se perder, uma raridade, uma arte urbana do Di Cavalcanti! Isso retrata a ignorância de um país que cultiva o subdesenvolvimento. Mas contamos com o ano vindouro, sermos campeões do mundo e esquecermos de vez as tralhas perdidas pelas cidades. Não vejo a hora de torcer pelo o Brasil.